terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Quero adotar um gato

Em mais uma das minhas enquetes hipotéticas (adoro essa palavra) perguntei aos meus amigos se eles se lembravam do nome do macaquinho do Ross (que só aparece na primeira temporada). A conclusão que cheguei foi de que ninguém se lembrava, uma coisa que passa despercebida, mas que é de tamanha importância, tanto que o macaco foi colocado ao lado do dono no seu Funko Pop. Bem, também temos a enquete do porta malas. Por incrível que pareça, sou a única pessoa que não consegue abrir o porta malas do próprio carro.
A questão aqui não é o nome do macaquinho do Ross (ah, se estiver curioso, procure no Google) que me fazia rir, porque é o mesmo nome de um futuro-pseudo-hipotético crush. ~ Imaginem qual não era a minha crise de riso quando dizia a voz do cara em voz alta nas conversas com as minhas amigas ~. A questão aqui é que Ross, já na segunda temporada, queria adotar um gato com Julie, sua namoradinha enjoativamente simpática.
Eu. Quero. Adotar. Um. Gato.
Eu quero adotar um gato com o meu gato imaginário, que ainda não se manifestou em forma física, mas está por aí em algum lugar do mundo e não tem nome de macaco.
Ain, como eu quero adotar um gato e colocar fotos dele no Instagram, vestido de forma casual, ou então com roupa de gala. E o outro, he has beautiful blue eyes, nice pink lips... Greasy hair. Pode até se chamar Jesse, ser inteligente e escrever legendas engraçadas nas fotos do nosso gato hipotético (eu realmente amo essa palavra).

E o nome do gato vai ser Ross.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

E eu te chamo pra almoçar

Já não precisa se iludir ou comemorar adiantado, pois não vai acontecer. As cervejas não vão acontecer, nem as minhas risadas vazias pra quem não conheço. Não me chame pra beber na sarjeta, ouvir uma fileira de carros tocando cada um um ruído diferente que alguns se atrevem a chamar música. Ah, e as novas redes sociais, não me mande convites ou fotos apelativas. Não, não vai ser dessa vez. Não vai ser agora que vai me chamar pra sair pra onde minha alma parece que vai morrer. Quem disse que eu mudei agora que eu me mudei? Que eu fiquei mais dócil ou que minha loba fica bem apertada no meu chakra base? Eu vou caminhar na praça e pisar nas folhas secas pra ouvir aquele barulhinho que me arrepia. Na sarjeta ou bebendo coisa feita de trigo, por Deus, você acha que me encontrou onde? Não me convença de que agora a vida é outra e que a tinta do momento é da cor de Malibu. Eu não sou esse tipo de garota que você arrasta pela mão. A gente ainda combina vinho seco com chocolate meio amargo e a gente canta nobody knows where they might end up, nobody knows enquanto passa rímel. A gente puxa pela mão. E se você acha que almoçar e jantar é uma coisa brega, saiba que vou me lembrar disso antes de te chamar pra fazer isso comigo em Paris. A gente não quer uma vida nova. Uma personalidade louca e descabida. A gente ainda quer os mantras e redes na varanda. Um por do sol em Itapuã e ser feliz e falar de amor. E o amor que a gante faz não deixa de ser o amor só meu, do meu jeitinho de levar a vida e a dança. De te conduzir pela mão... A gente fala de amor e a langerie é da cor que eu quiser. A gente não bebe cerveja. A gente não abaixa a cabeça. A gente não tem medo de dizer não. A gente sai pra almoçar.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Lembro-me que sou amor

Solto-me das amarras e lembro que sou amor.
Livro-me do medo e lembro que sou amor.
Deixo ir tudo que não é meu e
lembro que sou amor.
O resto é Ego, ilusão.
É terreno, material, transitório.
Meu corpo, cabelo, pele,
meus bens, minhas paixões.
Livro-me de tudo que não é meu
e estou transbordando amor.
Não sou meus sentimentos,
meus diplomas ou minhas opiniões sobre o mundo.
Não sou minhas dores nem minhas alegrias.
Eu sou bem maior
e estou do meu lado.
Eu sou minha companhia
e também sou amor.
Livro-me daquilo que penso, sinto e vejo.
Deixo ir tudo que não me faz bem.
Eu só sinto amor.
E então tudo deixa de doer,
qualquer coisa cai por terra,
eu não preciso de nada mais.
Porque eu sou amor.
Eu sou só amor.
Eu sou só amor.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Terceiro dia

Choveu a noite toda, o céu está cinza (um cinza lindo) e o vento sopra gelado. Todo o mundo está cinza também, as pessoas choram e algo morreu em cada uma delas.
No terceiro dia, fui acordada com uma foto do meu grande amor juvenil hollywoodiano mordendo a perna de um óculos com seu olhar mais sexy. Aquela lembrança ao mesmo tempo cheia de amor também fez com que tocasse Cindy Lauper na cabeça de todos os que viram. If you're lost, you can look and you will find me, time after time. If you fall I will catch you I'll be waiting, time after time...
O céu chora, os amigos choram, os curiosos se sensilibizam. Eles choram as minhas lágrimas e eu vou me enxendo de amor.
Sabem, o amor não dói. Ainda o defendo com unhas e dentes, sempre o farei. O que dói é a mudança, a saudade, o medo, a confusão, as lembranças. O amor me faz dançar no chuveiro e praticar meditação balinesa. O amor é aquilo que fica, preenche o peito e que emana.
Não precisa chorar, só amar e agradecer...
O que Brás Cubas fez no terceiro dia mesmo? No primeiro dia pensei em me matar. No segundo, em virar padre. No terceiro, em beber até cair. No quarto, pensei em escrever uma carta para Marcela. No quinto, comecei a pensar na Europa e no sexto, comecei a sonhar com as noites em Lisboa. Em seis dias Deus fez o mundo e eu refiz o meu. 

É, Brás, acho que no terceiro dia eu já refiz o meu.


sábado, 3 de dezembro de 2016

Aperte as minhas bochechas

e me chame de Marcelita. Me abrace de novo e me leve pra tomar café na nossa padaria de sempre. De sábado de manhã, rabisque meu caderno durante as aulas e ria quando eu pronunciar os nomes dos Pokemons.
Eu te chamei pra falar dele, como na última vez. Eu te disse como ele era e que era diferente de tudo o que já conheci. Dessa vez você vai ter que me dar outro conselho, baixinha, porque aquele de ficar com raiva dele, aquele conselho já não serve mais.
Vamos nos sentar na calçada e deixar o vento bater no rosto e no cabelo. Segure as minhas mãos pra gente ver o sol se pôr. E o Doritos, Jú? Compre pra gente se embreagar de Doritos enquanto você inventa outro conselho que dê certo.
É como uma tatuagem no coração. Tatuagem, não cicatriz. Quando você passa por algo e aquilo nunca mais sai de você, fica sempre ali, belo como seus olhos.
A gente na rodoviária ou no mercado comprando doces. No cinema tendo aula de Geopolítica. Eu te apresentando o meu melhor amor, minha tatuagem mais bonita. Eterna, assim como você.
Jú, hoje voltei aqui pra te mostrar minha nova tatuagem, três anos depois. Não me peça pra odiar, só aperte as minhas bochechas.
E vamos sorrir. Olhar o céu. Vamos sorrir...