E sempre subimos. Ralamos os joelhos e o queixo também. Olhamos quem ficou pra traz, nos despimos todo dia daquilo que já não serve, que pesa. Por favor, por favor não me diga que Zaratustra estava errado, porque estou confiando nele.
Eu já não escrevo mais sobre o amor que conhecia antes - vamos chamá-lo de paixão. Os poemas me preenchiam e eram preenchidos por mim, por cada suspiro e suor. O sonho que não acontece simplesmente vira poesia; vira doença também, e de poesia esse mundo tá cheio.
Agora eu falo de mim, debaixo do céu ainda cor-de-rosa que eu costumava rodar com meus panos finos e esvoaçantes. Devo te dizer que depois que a gente cresce, param de nos achar bonitinhos, justamente porque - se tiver sorte - você estará lendo Nietzche e questionando as frases pré montadas que todo mundo diz sem nem pensar. E até mesmo o amor.
Quem é corajoso o suficiente pra questionar o amor? Eles não irão gostar de você.
Eles esperam sempre que você seja ingênuo o suficiente pra fazer rodar o sistema.
Eles querem companhia.