sexta-feira, 9 de outubro de 2015

O lado ruim de ser uma mulher feminista é que não consigo me jogar no chão e espernear até conseguir o que quero ou até esperar que alguém me levante. Eu tenho o horrível costume de me levantar sozinha, de dar a palavra final sobre qual filme assistir. Mas o que eu queria agora, só dessa vez, era sair correndo como as mocinhas dos filmes só pra ver alguém correndo atrás de mim. Queria espernear.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

A teoria do aspirador de pó

Eu acho minha vida sentimental comigo mesma bem parecida com a de Clarice ou a de uma adolescente qualquer, estou sempre em busca de descobrir quem sou e, enquanto não descubro eu sou uma bagunça interna constante. Mas não é disso que vim falar aqui hoje. Hoje o papo é sobre roupas. Eu tenho uma lista de combinações de roupas baseada nas minhas pesquisas no Pinterest. Não tem como sair vestindo o que vier na minha frente, porque se eu saio de casa me sentindo apenas "bonitinha" a minha vida toda começa a desmoronar. Então eu decidi que precisava de uma camisetona cinza básica pra viver. Mas decidi que era melhor se nela tivesse escrito Arctic Monkeys ou The Beatles. Daí eu fiquei batutando a ideia de ir numa loja de rock com essa minha cara de querubim pedir pra vendedora uma camiseta de banda. Pois é. Já tentei fazer isso uma vez e pude sentir o desprezo no âmago daquela mulher. Eu sei que ela achou que eu fosse uma poser e minha insegurança clariceana me deixa aflita só de pensar em voltar lá outra vez. Eu até que entendo a mocinha, eu também ficaria ofendida em ver alguém que não gosta de ler com alguma camiseta literária. Mas o que ela não sabe é que eu chorei vendo o Alex deitar naquele palco (pela tela do meu computador, obvio) e dar aquelas reboladinhas cantando Arabella. Ela não sabe, aliás, que meus óculos se chama Arabella. Ela não sabe que eu aprendi tocar 505 no violão e que eu comprei uma knee socks pra usar com uma camiseta azul. Eu sei o que significa aqueles números na bateria do Matt, minha filha. O problema é que eu não tenho cara de indie. Caramba, eu só quero uma camiseta da porra da minha banda preferida. E preciso que ela seja cinza. A camiseta, não a banda. Só assim posso ser feliz por completo e satisfazer meu consumismo disfarçado de minimalismo. Ah, e se você não entendeu o título desse texto, por favor, não compre uma camiseta do Arctic Monkeys. Obrigada.